Doutrina Espírita
- Existência de Deus.
Allan Kardec colocou logo no
início de 0 Livro dos Espíritos um capítulo que trata exclusivamente de Deus.
Com isso pretendeu significar que o Espiritismo se baseia, em primeiro lugar,
na ideia de um Ser Supremo. O Espiritismo, portanto, tem na existência de Deus
o princípio maior, que está na própria base desta Doutrina. Sem pretender dar
ao homem o conhecimento da Natureza íntima de Deus, permite-se argumentar que
prova a Sua existência a realidade palpitante e viva do Universo. Se este
existe, há de ter um divino Autor.
Para a Doutrina Espírita, os
Espíritos são "os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora
do mundo material, " É importante esclarecer que a Codificação Espírita
emprega a palavra Espírito para designar
os seres humanos desencarnados (extracorpóreos). Em contrapartida,
usa-se a palavra alma para designar os encarnados. Os Espíritos ou almas
representam o elemento inteligente do universo, ou seja, são "a
individualização do princípio inteligente, como os corpos são a
individualização do princípio material". Após a morte do corpo físico -
também chamada desencarnação -, a alma volta a ser Espírito, isto é,
"volve ao mundo dos Espíritos, donde se apartara momentaneamente."
"A alma (Espírito) depois de residir temporariamente no Espaço, renasce na condição humana, trazendo consigo a herança, boa ou má, de seu passado; (..) reaparece na cena terrestre para (..) pagar dívidas que contraiu, conquistar novas capacidades que lhe hão de facilitar a ascensão, acelerar a marcha para a frente. A lei dos renascimentos explica e completa o princípio da imortalidade" (..)
Não se pode compreender que o
Espírito, destinado à perfeição, consiga realizar toda sorte de progresso numa
só existência física. Os próprios fatos do dia-a-dia rejeitam tal ideia.
"(...) Devemos ver na pluralidade das vidas da alma (do Espírito) a
condição necessária de sua educação e de seus progressos. É à custa dos
próprios esforças, de suas lutas, de seus sofrimentos, que ela se redime de seu
estado de ignorância e de inferioridade e se eleva, de degrau a degrau
(..)"
A Doutrina Espírita ensina que os
globos do Universo podem ser habitados, apesar da não-comprovação da Ciência
Oficial: "( ... ) Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos
esses seres para o objetivo final da Providência. Acreditar que só os haja no
planeta que habitamos fora duvidar da sabedoria de Deus, que não fez coisa
alguma inútil. Certo, a esses mundos há de Ele ter dado uma destinação mais
séria do que a de nos recrearem a vista. Aliás, nada há, nem na posição, nem no
volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de
que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de
milhões de mundos semelhantes."
A comunicabilidade dos Espíritos
é feita através da mediunidade, faculdade psíquica que todo ser humano possui,
mais ou menos desenvolvida, isto :"( ... ) todo aquele que sente, num grau
qualquer, a influência dos Espíritos é, por este fato, médium. Essa faculdade é
inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso
mesmo, raras são as pessoas que dela não possuem alguns rudimentos ( ... ).
Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica
se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa
intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos
sensitiva."