Mostrando postagens com marcador Allan Kardec. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Allan Kardec. Mostrar todas as postagens

O HOMEM DE BEM

O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade em sua maior pureza. Se interroga a consciência sobre seus próprios atos, pergunta a si mesmo se não violou essa lei; se não fez o mal e se fez todo o bem que podia; se negligenciou voluntariamente uma ocasião de ser útil; se ninguém tem o que reclamar dele; enfim, se fez a outrem tudo o que quereria que se fizesse para com ele. 
Tem fé em Deus, em sua bondade, em sua justiça e em sua sabedoria; sabe que nada ocorre sem sua permissão e se submete, em todas as coisas, à sua vontade. Tem fé no futuro; por isso, coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as a decepções, e as aceita sem murmurar. 
O homem, possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem, sem esperança de recompensa, retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seu interesse à justiça. 
E encontra satisfação nos benefícios que derrama, nos serviços que presta, no felizes que faz, nas lágrimas que seca, nas consolações que dá aos aflitos. Seu primeiro movimento é de pensar nos outros antes de pensar em si, de procurar o interesse dos outros antes do seu próprio. O egoísta, ao contrário, calcula o lucro e as perdas de toda ação generosa.

DESPRENDIMENTO DOS BENS TERRENOS.

SÃO LUÍS, Paris, 1860.

O princípio segundo o qual o homem não é senão o depositário da fortuna que Deus lhe permite gozar durante a vida, tira-lhe o direito de transmiti-la aos seus descendentes? O homem pode perfeitamente transmitir, depois de sua morte, do que gozou durante a vida, porque o efeito desse direito está sempre subordinado à vontade de Deus que pode, quando quiser, impedir seu descendente de gozá-lo; é assim que se vê desmoronarem fortunas que pareciam solidamente estabelecidas. A vontade do homem em manter sua fortuna na sua descendência é, pois, impotente, o que não lhe tira o direito de transmitir o empréstimo que recebeu, uma vez que Deus o retirará quando julgar conveniente.

DESPRENDIMENTO DOS BENS TERRENOS

LACORDAIRE, Constantina, 1863. 

Sede submissos primeiro; tende fé naquele que vos tendo dado e tirado, pode vos restituir com coragem ao abatimento, ao desespero que paralisam a vossa força; não olvideis jamais quando Deus vos atingir, que ao lado da maior prova, coloca ele sempre uma consolação. Mas pensai sobretudo, que há bens infinitamente mais preciosos que os da Terra e esse pensamento vos ajudará a vos desapegar destes últimos. O pouco valor que se atribui a uma coisa faz com que menos sensível seja a sua perda. O homem que se apega aos bens da Terra é como a criança que não vê senão o momento presente; aquele que a eles não se prende é como o adulto que vê as coisas mais importantes, porque compreende estas palavras proféticas do Salvador: "Meu reino não é deste mundo".

DESPRENDIMENTO DOS BENS TERRENOS


LACORDAIRE, Constantina, 1863. 

Esbanjar a fortuna não é desapego aos bens terrenos, mas negligência e indiferença; o homem, depositário desses bens, não tem mais o direito de os dilapidar ou de os confiscar em seus proveitos a prodigalidade não é generosidade, mas, frequentemente, uma forma de egoísmo; aquele que atira ouro a mancheias para satisfazer uma fantasia, não daria uma moeda para prestar serviço. O desapego aos bens terrestre consiste em apreciar a fortuna pelo seu justo valor, em saber servir-se dela para os outros e não só para si, a não sacrificar por ela aos interesses da vida futura, a perdê-la sem murmurar se apraz a Deus voa-la retirar. Se, por reveste imprevistos, vos tornardes um outro Jobi, dizei com ele: "Senhor, vós más havíeis dado, vós más havíeis tirado; que seja a vossa vontade." Eis o verdadeiro desapego.

Muito se pedirá àquele que muito recebeu

O servo que souber da vontade do seu amo e que, entretanto, não estiver pronto e não fizer o que dele queira o amo, será rudemente castigado. — Mas, aquele que não tenha sabido da sua vontade e fizer coisas dignas de castigo menos punido será. Muito se pedirá àquele a quem muito se houver dado e maiores contas serão tomadas àquele a quem mais coisas se haja confiado.(S. LUCAS, cap. XII, vv. 47 e 48.) 

Vim a este mundo para exercer um juízo, a fim de que os que não veem vejam e os que veem se tornem cegos. — Alguns fariseus que estavam, com ele, ouvindo essas palavras, lhe perguntaram: Também nós, então, somos cegos? — Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecados; mas, agora, dizeis que vedes e é por isso que em vós permanece o vosso pecado. (S. JOÃO, cap. IX, vv. 39 a 41.)
Principalmente ao ensino dos Espíritos é que estas máximas se aplicam. Quem quer que conheça os preceitos do Cristo e não os pratique, é certamente culpado; contudo, além de o Evangelho, que os contém, achar-se espalhado somente no seio das seitas cristãs, mesmo dentro destas quantos há que não o leem, e, entre os que o leem, quantos os que o não compreendem! Resulta daí que as próprias palavras de Jesus são perdidas para a maioria dos homens.
O ensino dos Espíritos, reproduzindo essas máximas sob diferentes formas, desenvolvendo-as e comentando-as, para pô-las ao alcance de todos, tem isto de particular: não é circunscrito; todos, letrados ou iletrados, crentes ou incrédulos, cristãos ou não, o podem receber, pois que os Espíritos se comunicam por toda parte. Nenhum dos que o recebam, diretamente ou por intermédio de outrem, pode pretextar ignorância; não se pode desculpar nem com a falta de instrução, nem com a obscuridade do sentido alegórico. Aquele, portanto, que não aproveita essas máximas para melhorar-se, que as admira como coisas interessantes e curiosas, sem que lhe toquem o coração, que não se torna nem menos vão, nem menos orgulhoso, nem menos egoísta, nem menos apegado aos bens materiais, nem melhor para seu próximo, mais culpado é, porque mais meios tem de conhecer a verdade.
Os médiuns que obtêm boas comunicações ainda mais censuráveis são, se persistem no mal, porque muitas vezes escrevem sua própria condenação e porque, se não os cegasse o orgulho, reconheceriam que a eles é que se dirigem os Espíritos. Mas, em vez de tomarem para si as lições que escrevem, ou que leem escritas por outros, têm por única preocupação aplicá-las aos demais, confirmando assim estas palavras de Jesus: “Vedes um argueiro no olho do vosso próximo e não vedes a trave que está no vosso.”
Por esta sentença: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecados”, quis Jesus significar que a culpabilidade está na razão das luzes que a criatura possua. Ora, os fariseus, que tinham a pretensão de ser, e eram, com efeito, os mais esclarecidos da sua nação, mais culposos se mostravam aos olhos de Deus, do que o povo ignorante. O mesmo se dá hoje.
Aos espíritas, pois, muito será pedido, porque muito hão recebido; mas, também, aos que houverem aproveitado, muito será dado.
O primeiro cuidado de todo espírita sincero deve ser o de procurar saber se, nos conselhos que os Espíritos dão, alguma coisa não há que lhe diga respeito.
O Espiritismo vem multiplicar o número dos chamados. Pela fé que faculta, multiplicará também o número dos escolhidos.

 (Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVIII, itens 10 a 12.)

Fora da caridade não há salvação!

Com o egoísmo, os homens estão em luta perpétua; com a caridade, estarão em paz. Somente tendo por base de suas instituições a caridade, podem ter assegurada sua felicidade neste mundo; segundo as palavras do Cristo, só ela pode também garantir sua felicidade futura, pois encerra implicitamente todas as virtudes que podem os conduzir à perfeição. Com a verdadeira caridade, tal como a ensinou e praticou o Cristo, não mais o egoísmo, o orgulho, o ódio, a inveja, a maledicência; não mais o apego desordenado aos bens deste mundo. É por isso que o Espiritismo cristão tem como máxima: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.

Incrédulos! Podeis rir dos Espíritos, zombar daqueles que crêem em suas manifestações; ride, pois, se ousardes, desta máxima que eles vem ensinar e que é vossa própria salvaguarda, pois se a caridade desaparecesse da terra, os homens se estraçalhariam, e talvez vós fosseis as primeiras vítimas. Não está longe o tempo em que esta máxima, proclamada abertamente em nome dos Espíritos, será uma garantia de segurança e um título à confiança naqueles que a trouxerem gravada no coração.

Desde que chamais um Espírito, Deus permite que eu venha. Vou dar-vos um bom conselho, principalmente a vós, Sr…

Vós que vos ocupais-vos sempre dos sábios, pois é essa a vossa preocupação, deixai-os de lado. Que poder têm eles sobre as crenças religiosas e sobretudo espíritas? Não repeliram em todos os tempos as verdades que se apresentaram? Não rejeitaram todas as invenções, tratando-as de quimeras? Os que anunciavam essas verdades não eram tratados como loucos e, assim, encarcerados; outros metidos nos calabouços da inquisição; outros lapidados ou queimados? Mais tarde a verdade não brilhava menos aos olhos dos sábios surpresos que a tinham posto embaixo do alqueire. Dirigindo-vos incessantemente a eles, quereis, novo Galileu, sofrer a tortura moral, que é o ridículo, e ser forçado à retratação? Dirigiu-se o Cristo às academias de seu tempo? Não. Pregava a divina moral a todos em geral e ao povo em particular.

Para apóstolos ou propagadores de sua vinda, escolheu pescadores, criaturas de coração simples, muito ignorantes, que não conheciam as leis da natureza e que não sabiam se um milagre podia contrariá-las, mas que acreditavam ingenuamente. “Ide, dizia Jesus, e contai o que vistes.”

Jamais fez um milagre que não fosse em favor dos que o pediam com fé e convicção. Recusou-os aos fariseus e aos saduceus, que vinham para tentá-lo, e chamou-os hipócritas. Dirigi-vos pois também a pessoas inteligentes, dispostas a crer. Deixai os sábios e os incrédulos.

Aliás, o que é um sábio? Um homem mais instruído do que os outros, porque estudou mais, mas que perdeu o prestígio que tinha antigamente, auréola fatal, que por vezes lhe valia as honras da fogueira. Mas, na medida em que a inteligência popular se desenvolveu, o seu brilho diminuiu. Hoje, um homem de gênio não mais teme ser acusado de feitiçaria; não é mais o aliado de Satã.

A Humanidade esclarecida aprecia no seu justo valor aquele que trabalha muito e sabe muito; ela sabe colocar no pedestal que lhe convém o homem de gênio que produz belas obras. Sabendo em que consiste a ciência do sábio, não mais o atormenta; como sabe de onde emana o gênio criador, inclina-se perante ele. Mas, por sua vez, quer ter a liberdade de crer naquelas verdades que lhe dão consolação. Não quer que aquele que sabe mais ou menos química, mais ou menos retórica, que produz a mais bela ópera, venha entravar as suas crenças, lançando-lhe o ridículo no rosto e tratando suas ideias como loucura. Ela se esquivará desse caminho e silenciosamente continuará na sua trilha. Um dia a verdade envolverá o mundo inteiro, e os que a tinham repelido serão obrigados a reconhecê-la. Eu mesma, que me ocupei do Espiritismo até meu último dia, sempre a pratiquei na intimidade.

Pouco me importa a Academia. Acreditai-me: mais tarde ela virá até vós.

DELPHINE DE GIRARDIN - Revista Espírita 1860 » Novembro » Dissertações espíritas » Os sábios. TEXTOS RELACIONADOS:O Livro dos Espíritos » Introdução ao estudo da Doutrina Espírita » VII.

Bem-aventurados os aflitos - Motivos de resignação

Deveis, pois, estar felizes porque Deus transformou vossa dívida permitindo pagá-la presentemente, o que vos assegura a tranquilidade para o futuro. O homem que sofre é semelhante a um devedor que deve uma grande quantia, a quem diz o seu credor: "Se me pagardes hoje, mesmo a centésima parte da dívida, eu vos darei quitação de todo o resto, e serei livre; se não o fizerdes, eu vos perseguirei até que tenhais pago o último centavo." O devedor não seria mais venturoso suportando toda sorte de privações par se liberar, pagando somente a centésima parte do que deve? Ao invés de lamentar do seu credor, não lhe agradeceria?

Tal é o sentido destas palavras: "Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados"; são felizes porque se quitam, e, depois de se quitarem, estarão livres. Mas se, quitando-se inteiramente de um lado, endivida-se de outro, não se alcançará jamais a libertação. Ora, cada nova falta aumenta a dívida, porque não há uma só, qualquer que seja, que não arraste consigo sua punição forçada, inevitável, que se não for hoje será amanhã, se não for nesta vida, será na outra. 

Entre essas faltas, á preciso colocar em primeiro plano a falta de submissão à vontade de Deus, pois, quem murmura nas aflições, e não as aceita com resignação e como uma coisa que se deve merecer, quem acusa a Deus de injustiça, contrai uma nova dívida que faz perder o benefício que se poderia retirar do sofrimento; por isso seria preciso recomeçar, absolutamente como se, a um credor que vos atormenta, pagásseis prestações tomando-lhe, a cada vez, um novo empréstimo.

 À sua entrada no mundo dos Espíritos, o homem está anda como o obreiro que se apresenta no dia do pagamento. A uns o senhor dirá: "Eis o prêmio dos vossos dias de trabalho"; a outros, ao felizes da Terra. àqueles que tenham vivido na ociosidade, que colocaram sua felicidade na satisfação do amor-próprio e dos prazeres mundanos, ele dirá: "A vós nada cabe, porque recebeste vosso salário na Terra. Ide e recomeçai a vossa tarefa."

O homem pode abrandar ou aumentar a amargura das suas provas pela maneira que encara a vida terrestre. Ele sofre tanto mais pela quanto veja longa a duração do sofrimento; ora, aquele que se coloca no ponto de vista da vida espiritual, abarca de um golpe de vista a Vida corporal; ele a vê como um ponto no infinito, contende-lhe a brevidade, e se diz que esse momento penoso passará bem depressa; a certeza de um futuro próximo mais feliz o sustenta e o encoraja, e ao invés de se lamentar, agradece ao céu pelas dores que o fazem avançar.

Para aquele, ao contrário, que não vê senão a vida corporal, está lhe parece interminável, e a dor pesa sobre ele com todo o seu peso. O resultado dessa maneira de encarar a vida é diminuir a importância das coisas deste mundo, de levar o homem a moderar seus desejos, a contentar-se com sua posição sem invejar dos outros, de atenuar a impressão moral dos reveses e das decepções que experimenta; ele haure nisso uma calma e uma resignação tão úteis à saúde do corpo como à da alma, ao passo que pela inveja; ciúme e ambição, se tortura voluntariamente, e aumenta assim as misérias e as angústias de sua curta existência.

                    (Allan Kardec- O Evangelho Segundo o Espiritismo)

Do: Evangelho Segundo o Espiritismo

 O HOMEM DE BEM

Se interroga a sua consciência sobre os próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez todo o bem que podia, se não deixou escapar voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem do que se queixar dele, enfim, se fez aos outros aquilo que queria que os outros fizessem por ele.
O Evangelho segundo o Espiritismo » Capítulo XVII - Sede perfeitos » O homem de bem, item 3.

TEXTO RELACIONADO:
— Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: no fim de cada dia interrogava a minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se ninguém teria tido motivo para se queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e ver o que em mim necessitava de reforma. Aquele que todas as noites lembrasse todas as suas ações do dia, e, se perguntasse o que fez de bem ou de mal, pedindo a Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecessem, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, porque, acreditai-me, Deus o assistirá. Formulai, portanto, as vossas perguntas, indagai o que fizestes e com que fito agistes em determinada circunstância, se fizestes alguma coisa que censuraríeis nos outros, se praticastes uma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda isto: Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, ao entrar no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, teria eu de temer o olhar de alguém? Examinai o que pudésseis ter feito contra Deus, depois contra o próximo e por fim contra vós mesmos. As respostas serão motivo de repouso para vossa consciência ou indicarão um mal que deve ser curado.
SANTO AGOSTINHO - Ver - O Livro dos Espíritos, q. 919 e 919-a.

Da: Revista Espírita

 "A sinceridade da união traduz-se por atos e, mais ainda, por atos íntimos do que por demonstrações aparatosas. Que eu veja por toda parte reinar a paz e a concórdia na grande família. Que cada um ponha de lado as vãs suscetibilidades e as rivalidades pueris, filhas do orgulho. Que todos tenham como objetivo único o triunfo e a propagação da doutrina, e que para isso concorram com zelo, perseverança e abnegação de todo interesse e de toda vaidade pessoal. Eis o que para mim será uma verdadeira festa; o que me cumulará de prazer e me permitirá trazer da segunda visita a Bordeaux a mais suave e agradável lembrança.

Peço-vos comuniqueis minhas intenções aos nossos irmãos espíritas e crer-me, etc."
Allan Kardec. Revista Espírita, setembro de 1862 (Resposta ao convite dos espíritas de Lyon e de Bordeaux).

O Evangelho Segundo o Espiritismo

 "Um dos caprichos da humanidade é ver cada qual o mal alheio antes do próprio. Para julgar-se a si mesmo, seria necessário poder mirar-se num espelho, transportar-se de qualquer maneira fora de si mesmo, e considerar-se como outra pessoa, perguntando: Que pensaria eu, se visse alguém fazendo o que faço?

É o orgulho, incontestavelmente, o que leva o homem a disfarçar os seus próprios defeitos, tanto morais como físicos. Esse capricho é essencialmente contrário à caridade, pois a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente.
A caridade orgulhosa é um contra senso, pois esses dois sentimentos se neutralizam mutuamente. Como, de fato, um homem bastante fútil para crer na importância de sua personalidade e na supremacia de suas qualidades, poderia ter ao mesmo tempo, bastante abnegação para ressaltar nos outros o bem que poderia eclipsá-lo, em lugar do mal que poderia pô-lo em destaque?
Se o orgulho é a fonte de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes. Encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações. Foi por isso que Jesus se empenhou em combatê-lo, como o principal obstáculo ao progresso."

(Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 10, item 10)