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Do: Evangelho Segundo o Espiritismo

 O HOMEM DE BEM

Se interroga a sua consciência sobre os próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez todo o bem que podia, se não deixou escapar voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem do que se queixar dele, enfim, se fez aos outros aquilo que queria que os outros fizessem por ele.
O Evangelho segundo o Espiritismo » Capítulo XVII - Sede perfeitos » O homem de bem, item 3.

TEXTO RELACIONADO:
— Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: no fim de cada dia interrogava a minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se ninguém teria tido motivo para se queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e ver o que em mim necessitava de reforma. Aquele que todas as noites lembrasse todas as suas ações do dia, e, se perguntasse o que fez de bem ou de mal, pedindo a Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecessem, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, porque, acreditai-me, Deus o assistirá. Formulai, portanto, as vossas perguntas, indagai o que fizestes e com que fito agistes em determinada circunstância, se fizestes alguma coisa que censuraríeis nos outros, se praticastes uma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda isto: Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, ao entrar no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, teria eu de temer o olhar de alguém? Examinai o que pudésseis ter feito contra Deus, depois contra o próximo e por fim contra vós mesmos. As respostas serão motivo de repouso para vossa consciência ou indicarão um mal que deve ser curado.
SANTO AGOSTINHO - Ver - O Livro dos Espíritos, q. 919 e 919-a.

A Filosofia no espiritismo

A prática espírita exige de nós o conhecimento de si mesmo e a elevação do ser à matéria. Com isso entram fatores importantíssimos no âmbito psicológico-social que influenciam na nossa caracterização enquanto espíritos. 

A filosofia espírita é baseada no estudo detalhado de casos reais com possibilidades de reflexões suficientemente baseadas a ponto de nos tornar questionadores insaciáveis em busca de respostas cada vez mais amplas e ao mesmo tempo específicas.

O espiritismo estimula o espírita a buscar o autoconhecimento, que é a base para a compreensão de si mesmo e seu papel junto a sociedade. Através dos estudos espíritas buscamos dentro de nós a solução para os problemas do mundo. A percepção do espírito é para nós espíritas como a percepção descartiana do “penso logo existo” .

Através dessa percepção espiritual o ser amplia seus horizontes de pensamento e busca através de uma nova perspectiva , mais branda, calma e muitas vezes mais sensata. O espiritismo instrui o ser a se enxergar como parte de um todo de forma positivista, racional e humanitária.

Segundo os espíritos o espiritismo é a terceira revelação, o consolador prometido por Jesus e isso se evidencia mais com o passar do tempo em que a filosofia espírita preenche uma lacuna maior entre a racionalidade e a religiosidade. Buscamos através da fé o entendimento lógico baseado em estudos e reflexões demoradas. Com isso obtemos uma doutrina extremamente costurada nas ideias que, ao se conectarem, nos dão um quadro mais nítido sobre o que somos e para aonde vamos.

Aliás as questões básicas da antropologia que são, do prisma filosófico, questões que sempre instigaram o homem são respondidas todas desde a publicação de “O livro dos espíritos” de Allan Kardec. Através desse conhecimento trazido do além, o homem tornou-se capaz de analisar a realidade com o olhar espiritual, recebeu novas definições quanto a vida espiritual e pôde, finalmente, ligar as reflexões de filósofos com a prática existencial.

Kardec por si só já era um grande filósofo. Formado na escola de Pestalozzi, desde cedo sempre foi grande questionador e comprovou ao entrar nessa renomada instituição de que se tratava de um espírito com grande valor adquirido de existências anteriores como estudioso. Kardec chama nossa atenção para que o deslumbramento mediante ao fato mediúnico não seja mais importante que a questão filosófica por trás daquelas mensagens recebidas. Desde as respostas mais inteligentes a perguntas mais inteligentes, kardec se afastou das atividades pueris com relação a mediunidade e tratou de assuntos mais sérios e de caráter filosófico mais relevantes como questões éticas, sociais, filosóficas e morais.

Isso deu ao espiritismo um Status nunca antes alcançado pro uma religião na época do positivismo: O de ciência. Pois através de comprovações factíveis o espiritismo mostrava que era real e não apenas produto de reflexões ilimitadas de caráter real. A filosofia neste caso ajudou a montar no espiritismo um padrão de análises e a formação de uma doutrina. A doutrina espírita se consagrou através das décadas seguintes com outros ilustres médiuns e divulgadores espíritas que buscaram dentro de seus estudos fazer a ponte do pensamento filosófico espírita e a nossa percepção de mundo. Podemos citar : Léon Denis, Sir Arthur Conan Doyle , entre outros grandes pensadores e divulgadores espíritas.

Do ponto de vista espírita, a doutrina nos traz o elo de ligação perfeito à filosofia. Entendemos que a percepção é uma faculdade geral do espírito, que se desenvolve conforme suas consecutivas existências, construindo “da base ao teto” o caráter e a sua individualidade como um todo.

Com isso temos que a Filosofia espírita nos comporta a ideia de que temos que nos conhecer, nos melhorar e de forma humanitária e coerente melhoraremos o mundo. Através dessa filosofia a educação do homem como um todo se torna mais evidente e mais dinâmica, misturando-se ao empirismo social e às novidades de características morais. O homem torna-se controlador de si mesmo a medida que se eleva e se conhece. Somente através disso é que a evolução se dá. Devemos tratar a filosofia espírita com o máximo de respeito pois foi através dessas inúmeras reflexões que Kardec pôde nos trazer um conteúdo tão rico de renovações e esperanças a todos nós! Muita paz!

 

Bibliografia utilizada como apoio: 

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos.

PIRES, J. H. Introdução à Filosofia Espírita. 1.ed., São Paulo, Paideia, l983.

DOYLE, A.C. A História do espiritismo. 2 ed. FEB.

Do Livro dos Espíritos

 Aos que pensassem ser impossível a Espíritos verdadeiramente elevados se restringirem a uma tarefa tão laboriosa, e de todos os instantes, diremos que influenciamos as vossas almas embora estando a milhões de léguas de distância: para nós, o espaço não existe, e mesmo vivendo em outro mundo, nossos Espíritos conservam sua ligação convosco.

Gozamos de faculdades que não podeis compreender, mas estai certos de que Deus não nos impôs uma tarefa acima de nossas forças, nem vos abandonou sozinhos sobre a Terra, sem amigos e sem amparo.
Cada anjo da guarda tem o seu protegido e vela por ele, como um pai vela pelo filho. Sente-se feliz quando o vê no bom caminho, chora quando os seus conselhos são desprezados.
Não temais fatigar-nos com as vossas perguntas; permanecei, pelo contrário, sempre em contato conosco: sereis então mais fortes e mais felizes.
São essas comunicações de cada homem com o seu Espírito familiar que fazem médiuns a todos os homens, médiuns hoje ignorados, mas que mais tarde se manifestarão, derramando-se como um oceano sem bordas, para fazer refluir a incredulidade e a ignorância.
Homens instruídos, instrui; homens de talento, educai os vossos irmãos. Não sabeis que obra assim realizais: é a do Cristo, a que Deus vos impõe. Por que Deus vos concedeu a inteligência e a ciência, se não para as repartirdes com vossos irmãos, para os adiantar na senda da aventura e da eterna bem-aventurança?

São Luís, Santo Agostinho. O Livro dos Espíritos, questão 495.