O HOMEM DE BEM

Tem fé no futuro; por isso, coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as a decepções, e as aceita sem murmurar. O homem, possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem, sem esperança de recompensa, retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seu interesse à justiça. E encontra satisfação nos benefícios que derrama, nos serviços que presta, no felizes que faz, nas lágrimas que seca, nas consolações que dá aos aflitos. Seu primeiro movimento é de pensar nos outros antes de pensar em si, de procurar o interesse dos outros antes do seu próprio. O egoísta, ao contrário, calcula o lucro e as perdas de toda ação generosa. 

Ele é bom, humano e benevolente para com todos, sem preferência de raças nem de crenças, porque vê irmãos em todos os homens. Respeita nos outros a convicções sinceras, e não lança o anátema àqueles que não pensam como ele. Em todas as circunstâncias, a caridade é o seu guia; diz a si mesmo que aquele que leva prejuízo a outrem por palavras malévolas, que fere a suscetibilidade de alguém por seu orgulho e seu desdém, que não recua à ideia de causar uma inquietação, uma contrariedade, ainda que leve, quando pode evitá-lo, falta ao dever de amor ao próximo, e merece a clemência do Senhor.